CAMPANHA DA FRATERNIDADE II


Fome, o dicionário descreve como “sensação causada pela necessidade de comer”, mas numa segunda definição diz que é “falta, míngua de víveres”. 

Posto isso, podemos dizer que todo mundo sente ou já sentiu fome, que se enquadra na primeira parte do verbete, pois tem ou teve “necessidade de comer“. Não é para esses que se pretende oferecer as benesses da Campanha da Fraternidade 2023. Ela se destina àqueles que têm falta de víveres e não lá de vez em quando, mas quase, ou mesmo diuturnamente. É para os famélicos que vivem de teimosos, ou quando termina a teimosia, morrem.

É certo que quando isto for lido, muitas vozes se levantarão para dizer que estão nessa situação, pois preferem viver pedindo esmolas do que trabalhar. Que trabalho tem, basta ver que em Marau, toda a semana passa um carro de som pelas ruas avisando que há empresas precisando de funcionários. Que o “Marau emprega” ofereceu dias atrás 400 vagas de emprego. Ótimo, é verdade, mas a CF é para o Brasil todo onde há mais de 5560 municípios e que pouquíssimos deles são do quilate do nosso Marau.

Será que nossa consciência está tão embotada, que nos agarramos na porcentagem mínima que passa fome, porque não querem trabalhar? Libertemos nossa consciência do egoísmo para termos olhos para a grande porcentagem de crianças que não podem trabalhar, de idosos que alquebrados por dezenas de anos na labuta, agora precisam de ajuda, ou os que têm deficiências, ou sofreram acidentes. E faço um pedido especial, volvemos nossos olhos para as crianças.

E para os que vierem me jogar na cara, que a Igreja Católica é rica e que ela faça esta ajuda, eu pergunto, sabem quantos países são ajudados pela Igreja? E saberiam dizer qual é a riqueza? Será que proporão a venda da Basílica de São Pedro para que lá seja instalado um grande shopping? Ou a venda das terras da Igreja, sobre as quais estão instalados templos, salões comunitários, escolas, cemitérios? Talvez vender obras de arte?

 

É melhor fazer o que Cristo disse em Mt, 14,16: DAÍ-LHES VÓS MESMO DE COMER.