Condromalácia patelar: o que é e possíveis causas - parte 1


A condromalácia patelar (ou síndrome da dor patelo femoral) consiste em uma espécie de “amolecimento” da cartilagem. Não existe uma causa exata, mas a sua etiologia pode estar relacionada com fatores anatômicos, histológicos e fisiológicos. O fator mais comum é o traumatismo crônico – traumas únicos, como pancadas ou traumas mais crônicos, por fricções entre a patela e o sulco patelar do fêmur. A condromalácia patelar também pode ser o resultado de uma lesão aguda da cartilagem femoropatelar, causando fissuras e provocando desconforto e dores que não vêm da cartilagem, mas dos tecidos carregados próximos da patela.

A patela é um osso com formato triangular, localizado na frente do joelho. Em seu pólo superior está inserida a musculatura anterior da coxa – quadríceps – e no pólo distal tem origem o ligamento patelar. Esse componente do “aparelho extensor do joelho” possui como funções a melhora do movimento de flexo-extensão, além de proteger estruturas internas. A face patelar voltada para o interior do joelho possui inúmeras facetas que permitem a articulação perfeita com a tróclea do fêmur – tipo chave e fechadura. As facetas são revestidas por cartilagem articular, permitindo o deslizamento patelo-femural.

Quando flexionamos o joelho, a patela se encontra, inicialmente, “flutuante” na articulação e começa a se encaixar na tróclea do fêmur, mas conforme a flexão aumenta, o contato ósseo acaba aumentando e a pressão incidente nas facetas articulares cresce, proporcionalmente. Isso acarreta uma perda de líquido da patela e a pessoa acaba tendo um choque ósseo. Esse tipo de alteração nas forças que atuam sobre a patela, bem como no formato ósseo, pode resultar no aparecimento de lesões na cartilagem.

Na próxima edição, falaremos dos sintomas da condromalácia e formas de tratamento. Até lá!