CANSOU DE VIVER


Andando pelo mundo encontrei seres de toda espécie no início de seu ciclo de sua vida, ou em formação, maduro e ou até em fim de seu ciclo de vida. Nem planta, nem animal, nem pessoa humana se autocriou e nem escolheu sua identidade. A sabedoria antecedeu. Ninguém passa de seu ciclo vital. Nenhuma criatura escolheu o tempo de nascer e viver, nem lhe é dado escolher o espaço de viver. A sabedoria antecedeu. Não é próprio da criatura abreviar seu tempo ou ciclo de vida. E toda criatura louva a sabedoria que a criou e louva seu criador. As criaturas não cansam de viver. Os humanos podem escolher o estilo de vida sempre a caminho da plenitude humana. Tem verme no mato que se enrola, em torno de esterco, de tal modo o faz que se aperta até morrer. Rola sobre si mesmo até o fim. Será cansaço de ser? O humano cansa seus instintos de ouvir, falar, sentir, cheirar, ver e conviver na mesma roda e avançar no infinito humano. O ser humano, não se completa, nem aperfeiçoa com as capacidades que possui, nem com as ações e sua vida, ele é transcendental a si mesmo. O ser humano é maior que seu corpo e seus instintos. Nem a inteligência, com sua ciência o consegue explicar, corrigir ou interferir. O incógnito humano, é maior que o sentimento, o afeto, e toda possibilidade científica de entendimento e de intimidades. O homem é transcendental, isto é, tende ao invisível, inaudível, ao intocável, ao inexplicável. O humano precisa de ajuda e esta ajuda vem pelo único caminho da fé. É crer. É o encontro do outro, presente divino é dado aos que o acolhem e alimentam. Na plenitude do corpo sensorial, memória, afeto e mente, sua sede de vida não estanca. O mundo e seu corpo não é o limite, mas se abre ao infinito, ultrapassa e o humano cresce e se projeta em tudo o que é humano e desliza, com sua história e sonho, como num rio, até o mar de sua plenitude.