Novembro Azul: movimento em prol da saúde do homem


Campanha ressalta importância de a população masculina cuidar da sua saúde, destacando, em especial, a prevenção do câncer de próstata

Ir ao médico pelo menos uma vez ao ano, fazer os exames necessários, não ter medo de cuidar da sua saúde e ter uma rotina de vida saudável são algumas das dicas para os homens neste Novembro Azul. Campanha enfatiza a saúde do homem, especialmente em relação ao câncer de próstata, o mais comum na população masculina, com mais de 65 mil casos por ano, representando 29,2% dos tumores incidentes em homens (Inca). Além disso, corresponde a segunda maior causa de mortes por câncer no sexo masculino, com mais de 15 mil óbitos por ano no Brasil, sendo cerca de 1,1 mil gaúchos (DataSUS).

Em um país em que seis em cada 10 homens vão ao médico apenas quando não aguentam mais os sintomas (Instituto Lado a Lado pela Vida), a campanha Novembro Azul tem um papel muito importante. Quando se fala em câncer de próstata o assunto fica ainda mais sério por ser uma doença crônica, do envelhecimento e incomum antes dos 50 anos de idade. Considerado uma doença da terceira idade, cerca de 75% dos casos de câncer de próstata no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.


Ainda há muita resistência e desinformação

O oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado, ressalta que, apesar de ser muito menos que alguns anos atrás, a resistência e desinformação ainda são muito presentes. “Sabemos que o câncer de próstata é o mais incidente no homem, ainda com alta mortalidade. O diagnóstico ainda tardio na maioria dos pacientes ocorre em razão de dois fatores principais fatores: desinformação e falta de acesso aos meios de diagnóstico e tratamento. Disseminação de informação com credibilidade e campanhas como Novembro Azul são fundamentais”, enfatiza o oncologista.Hábitos saudáveis e check-up regularmente

A dica fundamental é fazer avaliação médica anual e aos 50 anos procurar o urologista para avaliação da próstata. “Recomendamos que todo homem seja examinado aos 50 anos e, a partir desta primeira avaliação, dependendo de fatores de risco encontrados, faz-se um plano de acompanhamento e exames regulares. Sempre recomendamos consultar com um urologista. A avaliação é feita pelo exame de toque digital da próstata e níveis do PSA (antígeno prostático específico) no sangue”, orienta Machado.


Sintomas, fatores de risco e tratamento

Idade, fatores genéticos (hereditários) e estilo de vida estão entre as principais causas para este câncer. “É preciso ficar atento ao histórico familiar (parentes de primeiro grau como pai, irmão, tio) de câncer de próstata e também manter hábitos de vida saudável, porque obesidade, sobrepeso, alimentação inadequada, tabagismo e consumo de álcool estão na lista de fatores de risco para este câncer”, destaca o também oncologista do CTCAN, Dr. Alex Seidel.

O câncer de próstata não tem sintomas em estágios iniciais, por isso, a importância dos exames periódicos. “Os sintomas mais comuns são dor para urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e, muitas vezes, em pequenas quantidades, sangue na urina, dor óssea e impotência sexual”, informa Seidel.

O tratamento depende da situação da doença em cada paciente, mas em geral abrange cirurgia, radioterapia e tratamento hormonal. “A evolução no tratamento com novos medicamentos, políticas de rastreamento da doença e a conscientização da população masculina em relação a importância da prevenção deste tipo de câncer contribuem para o combate à doença”, enfatiza Seidel.