Na África, Edegar Pretto trata de agricultura e segurança alimentar


Em sua segunda missão internacional como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto cumpriu na sexta-feira (25) agenda de trabalho na África. A convite do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), ele foi painelista no Seminário Empresarial do Fórum Econômico Angola-Brasil. O evento aconteceu em Luanda, capital de Angola, e contou com a participação dos presidentes dos dois países, Luiz Inácio Lula da Silva e João Lourenço.

“Eu participei com muito entusiasmo desse importante momento, junto a uma grande comitiva brasileira. Membros do governo federal e 170 empresários de vários setores vieram reforçar e buscar novas cooperações com Angola. Há uma determinação do presidente Lula, para que o Brasil volte a assumir esse protagonismo no cenário internacional com países que economicamente e historicamente têm mantido essa relação conosco”, destacou Pretto.

No painel, intitulado “Agricultura e Segurança Alimentar”, o presidente da Conab apresentou o cenário de políticas públicas nacionais, em especial para a agricultura familiar, e reafirmou o compromisso do governo brasileiro com o combate à fome e o estímulo à produção de alimentos. Nesse sentido, falou do trabalho que está sendo realizado em conjunto com ministérios, como a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos e dos estoques públicos. Além disso, contou sobre os investimentos no setor do leite, a fim de ajudar os produtores que enfrentam uma profunda crise, especialmente nos estados do Sul, e também a população em situação de insegurança alimentar.

“O presidente Lula nos determinou a fazer compra pública de leite, que é produzido basicamente por agricultores familiares. E nós vamos comprar 7.400 toneladas nesta primeira fase. Assim, ao mesmo tempo que a gente alcança a mão pública para ajudar o setor, nós vamos entregar esse alimento às famílias que vivem em situação de vulnerabilidade”, explicou Pretto.

Junto a ele, também participaram do painel representantes da Secretaria de Estado para a Agricultura e Pecuária de Angola; da Associação Agropecuária de Angola (AAPA); da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da indústria de proteína animal brasileira. O evento contou ainda com outros painéis para tratar de temas nas áreas da saúde, educação e desenvolvimento humano; transição energética; infraestrutura e mineração.

 

Relação Brasil-Angola

Uma das maiores economias da África e a principal entre os países de língua portuguesa no continente, Angola é o único país africano, além da África do Sul, com o qual o Brasil tem uma Parceria Estratégica. O acordo foi assinado em 2010, durante o segundo mandato do presidente Lula.

Segundo a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), atualmente os dois países mantêm sete projetos de cooperação em execução e os governos discutem a implementação de outros três, nas áreas da saúde e educação. Além disso, outros projetos nas áreas de meio ambiente, geoprocessamento, geologia, saúde, energia, urbanização e segurança pública estão em estudos.

Em reunião com o presidente João Lourenço, Lula destacou a questão da segurança alimentar e defendeu que agências brasileiras, como a Conab, intensifiquem o diálogo com o governo angolano. Atualmente, a Companhia possui agendas de cooperação com Angola que envolvem a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento da agricultura familiar e de média e larga escala, a partir de capacitação técnica sobre elaboração e execução da política de preços mínimos, análise de mercado e sistema de armazenagem.

 

Primeira missão em El Salvador

Em sua primeira missão internacional, em julho, Pretto esteve em El Salvador, na América Central, onde representou o governo brasileiro no encontro da Rede de Sistemas Públicos de Abastecimento e Comercialização na América Latina e Caribe, instituição internacional coordenada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Na ocasião, Pretto propôs e os 16 países participantes aprovaram o compromisso de erradicar a fome, garantir a segurança alimentar e nutricional e combater a desigualdade econômica e social.