Exposição reúne obras do vilamariense Avelino Consalter


A exposição “Ricórdi di Legno” reúne obras do vilamariense Avelino Consalter, com esculturas entalhadas em troncos ou galhos de madeira, localizada na sala de exposição que leva o nome do artista local, dentro da Cantina da Arte – Espaço Cultural, local cedido pela família Zílio, em Vila Maria. A mostra é nomeada pela curadoria de "O Touro", obra que representa o artista e é logotipo da Sala de Exposições.

De acordo com os responsáveis do projeto, Moisés Zaffari e Everton Bonato, a Sala de Exposição Avelino Consalter busca mostrar e valorizar obras de artistas locais de Vila Maria e região. O próprio nome da sala, localizada na Cantina da Arte, foi uma homenagem da Caravana da Ilusão a um artista que sempre teve paixão pela arte e deixou várias memórias.  

Avelino Consalter nasceu em 06/11/1938, na comunidade de Ponta Grossa, em Vila Maria, e faleceu em 2019, após longos meses de luta contra um câncer e sequelas de um AVC. Filho de Joana Argenta e Pedro Consalter, casado com Zenaide Donzelli Consalter, com quem teve três filhos de coração, Jacinta, Rudimar e Adão André.

Avelino era arteiro e gostava de arte. Nos teatros caipiras, ele sempre foi o protagonista, sendo o seu público os vizinhos e amigos. Outra de suas habilidades era desenhar o retrato de pessoas, bastava um papel qualquer, uma parede, uma tábua, tinta ou até mesmo um pedaço de carvão, que o retrato de quem ele encontrava ganhava forma. O seu grande dote artístico surgiu entre os anos de 1993 e 1994, quando passou a esculpir em madeira. A primeira obra que produziu desta forma foi “O Touro”.

Todas as obras eram feitas manualmente, esculpidas com machado, martelo, formão e com uma riqueza de detalhes. O artista buscava ser o mais realista possível; nos olhos, utilizava bolitas de vidro e pelos para fazer os cílios, dentes de animais para compor o sorriso, sem nunca esquecer os acessórios que compunham a totalidade da peça. Bastava encontrar um tronco de árvore, um galho retorcido, um pedaço de madeira, e logo uma nova ideia surgia em forma de escultura. Buscava na natureza sua inspiração e os materiais que precisava para a execução de suas esculturas.

Em sua última peça, a quem ele dizia ser seu autorretrato, estava esculpindo um macaco, porém, não pode concluí-la, devido a saúde fragilizada.

A esposa Zenaide, com quem ele passou 51 anos, comenta que Avelino tinha grande amor pela natureza. Era uma pessoa extrovertida, simples, trabalhadora, alegre e gostava da companhia das pessoas. Além disso, tinha a arte no sangue. Gostava de música gaúcha, dançava bem e declamava trovas. Com as esculturas, expunha os sentimentos. Por meio da exposição, o legado de “Ave”, como era mais conhecido, será lembrado.