Estudo da UPF recupera propriedades de raças usadas antigamente para consumo no RS


A busca por uma carne de porco com mais qualidade deu origem a uma pesquisa do professor Ricardo Zanella, do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo. O professor buscou por raças que não são mais comercializadas atualmente, para encontrar uma carne mais saborosa. “Comecei a ir atrás de encontrar raças de suínos localmente adaptadas, que tiveram uma importância cultural e econômica aqui no Brasil. Com isso, acabei me deparando com uma raça chamada Moura, que tem uma qualidade de carne excepcional, e também conheci uma linhagem chamada suíno casco-de-mula”, disse.

Foram 6 anos de pesquisa em parceria com diversas instituições federais e a Embrapa. Os animais passaram a ser testados na própria universidade e depois foram para as propriedades rurais. Com os estudos genéticos, novas informações sobre as raças foram sendo descobertas. A principal está relacionada ao sabor da carne. “É um suíno muito valorizado no passado e que possui maior quantidade de gordura, o que acaba de uma forma direta e indiretamente conferindo um sabor diferenciado na carne”, comentou Zanella.

Reflexo da forma de criação e da alimentação dos animais, o resultado da pesquisa despertou o interesse dos produtores vilamarienses Gabriel Turra e do pai, Edi Turra. Eles voltaram a apostar na atividade atraídos pela possibilidade de ter uma carne mais saborosa para consumo e consequentemente incrementar a produção de embutidos. Os animais se alimentam de produtos excedentes da propriedade e o custo de produção chega a ser 30% mais em conta se comparado aos animais que consomem ração.

A pesquisa revelou tantas descobertas que está indo para uma outra fase. O objetivo agora é comprovar que as raças têm mais resistência a algumas doenças, como a febre aftosa. “O próximo trabalho é nós tentarmos identificar como que este gene vai estar agindo nos animais para tentar entender o mecanismo de ação dele quando os animais forem expostos, não somente ao vírus da febre aftosa, mas também a outras doenças, que fazem com que eles sejam mais resistentes”, reforçou Zanella.

Informações e imagem: Bom Dia Rio Grande

 

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