CTCAN: Mais de 700 mil casos por ano de câncer no Brasil até 2025
Não considerando o câncer de pele não melanoma, o câncer de mama e o de próstata continuam sendo os tipos mais incidentes no país
Para o triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 704 mil novos casos por ano de câncer no Brasil. No Rio Grande do Sul, são mais de 50 mil casos anuais. Sem considerar o câncer de pele melanoma, o câncer de mama, de próstata, de cólon e reto, de pulmão e de estômago são os tumores malignos mais incidentes no país. O cenário mostra aumento da incidência e de mortes. Nesse sentido, o Dia Mundial de Combate ao Câncer, ocorrido em 4 de fevereiro, ressalta a importância da conscientização sobre a doença.A “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil” apresenta quase 80 mil casos a mais que o triênio anterior (2020-2022), que apontava 625 mil novos casos. “Os casos de câncer aumentam a cada ano e, em breve, essa doença poderá ser responsável pela maioria dos óbitos no Brasil. Isso decorre do envelhecimento da população, de fatores ambientais (poluição do ar, da água, agrotóxicos) e hábitos de vida como tabaco, alimentos multiprocessados, sedentarismo e obesidade. Políticas públicas para incentivar hábitos de vida saudáveis ligados à alimentação e exercícios físicos, bem como restrições aos fatores nocivos à saúde são essenciais para reduzir a incidência”, alerta o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.Câncer de mama e de próstata no topo da listaO câncer de mama (74 mil novos casos), nas mulheres, e o de próstata (71 mil novos casos), nos homens, ainda são os mais incidentes. “O câncer de próstata é silencioso na sua fase inicial e pode demorar anos para que os pacientes apresentem algum sintoma. É considerado uma doença da terceira idade. Cerca de 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. Já para o câncer de mama feminino, a idade é um dos principais fatores de risco, especialmente após os 50 anos. Fatores ambientais e comportamentais, reprodutivos, genéticos e hereditários também estão nesta lista. O acesso à saúde, à informação e à educação estão entre as principais dificuldades para o combate ao câncer”, observa o oncologista.Estimativas no Rio Grande do Sul e Passo FundoNo Rio Grande do Sul (RS), as estimativas anuais são de 3.720 novos casos de câncer de mama, 3.700 casos de câncer de pulmão, 3.510 de câncer de próstata, 3.120 de colorretal e 1.080 de estômago. Em Passo Fundo, Machado destaca que, na população residente, estima-se a cada ano cerca de 120 casos de câncer de mama, 115 de câncer de próstata, 60 de pulmão, 50 de colorretal, 18 de colo uterino e 17 de estômago.MortalidadeEm 2020, o país registrou cerca de 230 mil óbitos por câncer (DataSUS). No Rio Grande do Sul (RS), foram quase 20 mil óbitos. Já na macrorregião Norte do RS, com quase 150 municípios, mais de 2 mil pessoas morreram em decorrência da doença, neste mesmo ano. Passo Fundo, polo em saúde na região Norte, registrou aproximadamente 300 mortes por câncer.Avanços no tratamentoA imunoterapia continua sendo um dos tratamentos mais promissores no combate ao câncer. Conforme o também oncologista do CTCAN, Dr. Alex Seidel, ela acelera a função do sistema imunológico. “São medicamentos que ajudam as defesas do corpo a detectar e combater diretamente as células tumorais. Ela é aplicada no paciente de forma intravenosa ou subcutânea e vem mostrando resultados positivos no combate ao melanoma, câncer de rim, de pulmão, de mama e muitos outros”, destaca Seidel.Prevenção: exames de rotina e hábitos de vida saudáveisO diagnóstico precoce aumenta as chances de cura do câncer, a sobrevida e a qualidade de vida do paciente. O oncologista enfatiza a importância da realização de exames periódicos. “Para as mulheres, a mamografia a partir dos 40 anos e o exame Papanicolau, por exemplo, são muito importantes. Já os homens, a partir dos 50 anos, devem procurar o urologista para avaliação da próstata. A colonoscopia é outro exame importante para ambos os sexos para prevenção do câncer de intestino. Não podemos esquecer também da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV), disponível para meninos e meninas de 9 a 14 anos no SUS, podendo ser indicada para adultos até 45 anos de idade”, salienta Seidel.Além disso, hábitos de vida saudável também estão entre os fatores de prevenção ao câncer. “Manter hábitos de vida saudáveis com alimentação adequada, exercícios físicos, evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool são dicas para reduzir o risco de câncer”, ressalta o oncologista.Foto: Divulgação