VOTO E DEMOCRACIA
O mundo experimentou todos os regimes de poder possíveis. E não tem como negar que o voto de cada um é a melhor maneira de conferir o poder a alguém. O voto livre e secreto confere o poder aos candidatos aprovados pelos critérios da justiça eleitoral. Os livros de história contam que no início só votava quem era habilitado a votar: alguém como dono de escravos, que tinha dinheiro e certa influência social; tinha condições e recebia a cédula em casa, com certa aprovação social. E foi acrescentando as mulheres votantes na década de quarenta e em 1988 os jovens a partir de dezesseis anos. E para que votar em alguém? Para cuidar do bem comum, para a casa de todos ter condições de vida, de saúde, viver em paz e segurança e educar sua família. Não é escolher os mais éticos e nem os mais santos. Nem pagar favores e nem vender o voto, pois ele é sagrado, possui a dignidade do eleitor e do candidato. Não é coisa, mas a vida de nossa família, de nosso trabalho, de nosso salário, de nossa crença e de todos os brasileiros. Deste voto pode se erguer tanto a casa, a mansão ou o casebre. Há quem faça campanha porque fez aposta em dinheiro. Tem ala do boi, ala do agro, ala dos trabalhadores do campo ou urbanos, ala dos estudantes, ala da bíblia, ala da bala, ou ainda ala de esquerda e direita, de comunismo ou socialismo e até de monarquia, ou então ala dos liberais. Há deturpação do voto quando vira jogo, aposta, ou em busca de vantagens ou, ainda vergonhoso, há que formam grupos de vantagens financeiras, como “rachadinha” de eleitos, que destinam dízimo sobre os vencimentos salário dos eleitos, num fundão comum. A finalidade das eleições é função pública e o serviço do comum. O voto vem do povo. No Brasil se aceitava o rei, o Imperador escolhido e coroado por Deus. Hoje, amadurecemos. Os fanatismos sempre são radicais e criam divisão e violência.