Urna eletrônica difamada II


      Na coluna anterior disse não entender o porquê da campanha de Bolsonaro contra a urna eletrônica, se ele e os familiares dele nunca foram prejudicados em pleitos eleitorais, e isto há 26 anos, em que concorreram. Pelo contrário, alcançaram votações extraordinárias em alguns casos. “Segredos da meia noite”, como diz a canção de Zé Ramalho.

A cada dia que passa há mais demonstrações nacionais e internacionais atestando credibilidade à urna eletrônica, tornando o Presidente uma voz a clamar no deserto, no que se refere a este tema.

Muitos que acreditavam na manipulação das urnas, já aceitam que nelas não poderá haver intervenção humana, pois não estão conectadas a nenhuma rede e nem interligadas entre si. Todavia continuam insistindo que no transmitir os dados de cada comarca (municípios) para os TE regionais e deles para o TSE, alguém poderia alterar os números de votos. Quem afirma isto, talvez não saiba que no momento em que se encerra a votação é impresso um boletim contendo todos os votos válidos, brancos, nulos, abstenções, candidato por candidato e batendo com o número de eleitores daquela seção. Representantes de partidos recebem uma cópia do boletim, permitindo que os diretórios municipais recebam o resultado antes mesmo da Justiça Eleitoral, pois ela (Justiça) só tomará conhecimento, quando o mesário presidente entregar a urna no Fórum. Por isso que candidatos e partidos começam a festejar suas vitórias antes do resultado oficial.

Os diretórios municipais remetem aos diretórios estaduais, que conferirão se os números batem, ou se aconteceu alguma alteração. Por sua vez, os estados remeterão o resultado total para os seus diretórios nacionais em Brasília, que também irão confrontar com o que o TSE publicar. Em qualquer um dos casos (municípios, estados, União) havendo diferença, esta será analisada e não numa sala secreta como afirma Bolsonaro, mas diante dos interessados.

Nunca houve até hoje a comprovação de uma fraude e a acusação mais grave partiu de Aécio Neves, quando perdeu a eleição para Dilma (2014). Nada se apurou e o seu partido, PSDB, veio à público pedir desculpas pela desconfiança.