Tripes em soja: períodos secos favorecem o aparecimento da praga
Em anos secos, com predomínio de períodos de estiagem, uma praga secundária pode atacar a soja, causando significativas perdas de produtividade. O tripes como é popularmente conhecido, é um inseto pequeno que apresenta aparelho bucal raspador-sugador e causa danos principalmente nas folhas de soja, pela raspagem delas e extravasamento do líquido celular.
O principal dano causado pelo tripes, é pelo fato de as ninfas removerem a camada de cera que protege a folha de soja de desidratação. Em decorrência disto e associado com as lesões causadas pela alimentação da praga, as plantas sofrem uma maior transpiração e perda de água na planta, o que as torna menos resistentes e em épocas de escassez hídrica, elas murcham rapidamente. Além disso, estes danos fazem com que o cultivo se torne mais suscetível ao ataque de outros patógenos.
Os sintomas em lavouras de soja atingidas por tripes, são o aparecimento de folhas prateadas ou cinzentas e que tão logo tomam cor bronzeada. Esta praga afeta diretamente a eficiência fotossintética da planta, além de afetar na perda de água das plantas, e em casos de ataques mais severos as folhas podem até cair. Os tripes são também vetores de uma virose denominada queima-dos-brotos, que afeta o desenvolvimento da planta.
As condições ambientais que contribuem para o estabelecimento da população nas lavouras de soja são quando há períodos de seca, solos com baixa fertilidade, solos compactados e o vento, que realiza a dispersão destas pragas.
.Como controlar?
Em geral, a forma mais eficiente de controle tripes se dá por meio do controle químico, especialmente produtos que atuam de forma translaminar. Mas é muito importante o produtor ficar atento para as previsões de chuva, o que pode alertar surtos da praga na lavoura, além de realizar rotação de culturas com gramíneas.
O controle químico deverá ser realizado com produtos à base dos princípios ativos: Acefato, Clorfenapir e Imidacloprido, que são os que apresentam maior eficiência. Porém, produtos com ação translaminar, como clorfenapir por exemplo, são os mais indicados para o controle de tripes, pois ao serem aplicados na superfície superior das folhas, esses inseticidas são capazes de translocar para o lado inferior, onde ninfas e adultos estão localizados em maior número.
Mas como a reprodução desta praga se dá de maneira muito rápida, temos que ter atenção redobrada, pois poderemos ter que repetir essas aplicações em poucos dias (7 a 10 dias), principalmente quando usamos inseticidas a base de Acefato, que apresentam boa eficiência, mas baixo residual.