Trigo: a importância de fracionar o nitrogênio


Dentre as tecnologias recomendadas nos cereais de inverno, destaca-se a adubação nitrogenada. Esta técnica é apontada em função do teor de matéria orgânica dos solos, a produção que se deseja obter, textura do solo e cultivo anterior. A aplicação de nitrogênio nas culturas de inverno possui grande influência no rendimento e, para que a adubação seja eficiente, não devemos atentar apenas para a quantidade do fertilizante, mas também para o momento correto de disponibilização do nutriente para a planta.

O fornecimento adequado de nitrogênio irá influenciar os componentes de rendimento da cultura do trigo de quatro formas distintas:

· Número de espigas;

· Tamanho da espiga;

· Número de grãos;

· Peso de grãos.

Para isso, a época em que o nutriente será aplicado é o que vai definir sob qual componente de rendimento se refletirá o aumento da produtividade. De uma maneira geral, é recomendado que a dose de nitrogênio a ser aplicada na semeadura seja de 15 a 20 kg/ha. Esse N colocado na base ajuda no melhor estabelecimento e na formação inicial do potencial. Mas como o trigo demanda de grande aporte de Nitrogênio a partir da elongação, é de extrema importância fracionar a aplicação em cobertura. O ideal seria aplicar em pelo menos duas etapas, sendo a primeira no início do perfilhamento (fase do duplo anel), quando a planta está iniciando a formação da espiga e número de espigas por m², e outra aplicação no início da elongação (fase da espigueta terminal), quando se define o tamanho da espiga e inicia a diferenciação floral, ou seja, irá determinar número de flores férteis para formação de grãos após o florescimento.

 

As gramíneas, de um modo geral, aproveitam o máximo do N disponível independentemente da fase que se encontra, ou seja, quando fracionamos o N em cobertura em mais de uma aplicação, vamos beneficiar a planta em várias fases importantes na formação do potencial de rendimento e qualidade industrial.