Trigo 2022: Uma safra para ficar na histórica
O trigo representa 30% da produção mundial de grãos, sendo o segundo grão mais consumido pela humanidade. O Brasil é o 8º maior importador de trigo do mundo. Nos últimos cinco anos, a produção brasileira cresceu 76%. Os resultados de 2022 mostram a maior safra de trigo da história do Brasil, chegando aos 9,5 milhões de toneladas de grãos.
O trigo é o segundo alimento mais consumido no mundo, logo após o leite e derivados. A medida em que o desenvolvimento econômico evolui nos países, também aumenta a ingestão calórica. É neste cenário que, nos últimos cinco anos, o consumo de trigo cresceu 8% no mundo, enquanto a produção cresceu 4,6% no mesmo período (USDA).
No Brasil, nos últimos cinco anos, a produção de trigo cresceu 76%, enquanto a área cresceu 50% e o consumo cresceu 4,2% (CONAB). Ainda há espaço para crescer já que o consumo brasileiro de trigo é estimado em 53 kg por habitante ao ano, metade do consumo dos europeus, por exemplo (Abitrigo). Na questão de aumento da área, novas fronteiras têm sido prospectadas pela pesquisa em diversos ambientes do País, de norte à sul, intensificando os sistemas de produção agropecuária já existentes, com o trigo na rotação de culturas, na alimentação animal e no melhor aproveitamento de áreas que ficam ociosas no inverno.
Em 2015, o Brasil colheu 5,5 milhões de toneladas (t.). Em 2020, a produção chegou a 6,2 milhões t. Em 2021, atingiu 7,7 milhões t. Em 2022, a safra encerrou com 9,5 milhões t., volume que atende 76% da demanda nacional. Projeções da Embrapa Trigo indicam que, caso a produção de trigo continue crescendo 10% ao ano, o Brasil poderá chegar aos 20 milhões de toneladas até 2030. Com o consumo interno estimado entre 12 e 14 milhões de t., o Brasil poderá exportar o superávit para o mundo, saindo de grande importador para entrar na lista de países exportadores de trigo no mercado internacional.
Para Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo, o trigo está seguindo o mesmo caminho que o milho e a soja percorreram no Brasil, e já começa a alterar a geopolítica de grãos no mundo. “O Brasil tem área, conhecimento e demanda aquecida. A expansão do trigo no País precisa assegurar tanto a oferta de alimento de qualidade ao consumidor, quanto a rentabilidade do produtor, mas para isso é necessário diversificar mercados, internos e externos”.
Na região, os produtores que fizeram um bom manejo, investindo principalmente em fertilizantes e defensivos de alta performance para a cultura, obtiveram altos rendimento em suas lavouras, com produtividades que superaram os 4.000 kg/ha, além de colher um grão de excelente qualidade com pH superior a 80. Precisamos mencionar também que o clima foi muito favorável para a cultura é fundamental para que chegássemos a essa safra histórica de trigo.
A soma dos altos rendimentos obtidos pelo produtor nesta safra, juntamente com a valorização do preço do grão no mercado, trouxeram uma excelente rentabilidade as propriedades. Isso nos faz crer que na próxima safra o produtor no mínimo mantenha a área semeada com cultura, ou até mesmo tenhamos um aumento de área semeada com a cultura na região.