Tratores 60 anos
Na década de sessenta, aparecem os tratores. Nossa família inicia com Valmet 360 e anexa o Valmet 600 e seguem com outras marcas: Ford e Zetor, de saudosa lembrança. E não havia terra suficiente para tanto trator, que lavravam, gradeavam e plantavam. E, para isto, os implementos de arados e grades, semeadeiras e colheitadeiras importadas. Surgem os arrendamentos de terra pela região, por percentagem de colheita, tanto de soja, como de trigo. E o Governo adquiria a produção do trigo, (CETRIN era a carteira agrícola específica). A máquina exigia produção. Para isto, importam adubos e calcário, sementes novas e técnicas agrícolas. Surgem as escolas técnicas, como as Federais de Sertão e de Viamão. Até a Igreja inicia escolas de apoio para as técnicas e a organização social, como Cooperativas e Sindicatos.
As associações rurais particulares aos poucos cedem ao novo sistema associativo. Foi um tempo de animação rural, que sente as necessidades de formação, inclusive com o advento das escolinhas chamadas de “Brizoletas”, que de dia atendiam crianças e de noite os adultos na alfabetização, chamado de MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização).
Em Carazinho, nesta época, só no interior tínhamos mais de mil alunos. Lembro os testes de leitura nas liturgias das missas, onde todos queriam ler e serem aprovados. O trator já não era apenas uma máquina, se tornou veículo de transportes de carroções e de artigos agrícolas e até de locomoção de pessoas, especialmente nas estradas rurais, sempre precárias, e se vencia o barro das chuvas. Muitos municípios homenagearam o trator, como monumento da época e marco de transição para uma nova época.
Todos aprendemos dirigir veículo pelo trator. Pesado, bruto, sujo, forte e tão amigo. Quanta história deste amigo!