Estamos para iniciar mais um tempo de Advento, que é acima de tudo a espera de um menino que nos proporciona um novo estilo de vida. É momento propício para requalificar nossa vida e construir novos horizontes, pois as vezes no dia a dia, perdemos muito tempo julgando o pecado dos outros, e talvez o outro que nós julgamos e condenamos se encontre tão mais próximo da misericórdia divina, porque está encontrando o arrependimento. E nós não encontramos, porque só se arrepende quem reconhece o mal, o pecado que tenha cometido na vida. Precisamos aprender que não é porque temos uma vida sacrificada, que seremos salvos. O que nos salva é a misericórdia de Jesus para conosco e a nossa misericórdia para com os outros. 

Como Ele teve misericórdia de mim e tem misericórdia de nós, não podemos querer ser outra coisa, porque, senão, vamos ser como os fariseus. O que faziam os fariseus? Eles julgavam, pensando mal de Jesus, porque o Mestre comia com cobradores de impostos e pecadores. Somos mestres em julgar, somos peritos em condenar a vida dos outros, o comportamento dos outros. Estamos sempre julgando, condenando e conhecendo muito pouco a nós mesmos.

Quem se conhece de verdade, quem entra dentro da sua alma, do seu interior e mergulha no fundo do seu coração, reconhecendo o pecado que há em si, jamais julga ou condena alguém. Quem mergulha o seu ser pecador, sua alma tão cheia de fragilidades na misericórdia divina e leva essa mesma misericórdia para tantos corações necessitados do perdão, do encontro redentor e salvador de Jesus, encontra um verdadeiro caminho indicado por Jesus. A graça de reconhecer o que somos é permitir que o Espírito faça em nós aquilo que ele faz quando a alma se abre à sua ação. Por isso só podemos suplicar: “Senhor, habita em mim, viva em minha vida e transforma-me em um ser humano novo”, assim diariamente estarei cuidando da missão que o senhor me oferece. Um abençoado tempo de Advento para todos nós!