O veneno matou o pé de lima e não achava muda. Dias depois, brotaram duas raízes novas. Assim também a figueira velha e de igual modo o limoeiro caído. O chá da noite ajuda a cultivar um bom sono e curiosamente curou a dor de cabeça. Assim a mãe aperta o filho ao peito e repete a seu filho ao beijo: “o filho amado da mãe” e tarde depois o filho abraça a mãe e exclama “ a mãezinha do meu amor”. Os pais conhecem os filhos na velhice e os irmãos se conhecem na herança. As surpresas brotam dos fatos da vida e do diário da vida. A mão que nos fez e soltou no mundo é a mesma que nos recolhe na chegada com grandioso abraço. A surpresa sempre é maior do que o esperado. A realidade sempre maior que a ideia. A vida cresce e desenvolve. E o bem supera o mal.

O mal degenera e apodrece em ódio e vingança. E quem é vencido pelo mal precisa de ajuda. A surpresa em todas as formas humanas e da natureza se dão em grau superior e engrandece o bem. As mulheres levaram perfume e bálsamo, para embalsamar o corpo, e encontraram o túmulo vazio. Surpresa.

E ao procurar o corpo encontram Ele vivo. A vida sempre supera o dia anterior. Todo o dia nasce o sol e todo dia nasce diferente. Assim, a surpresa no após pandemia é maior ao normal anterior.

Deixar-se surpreender desde a lavoura depois da chuva, da criança que brinca, do carinho dos animais, do encontro com pessoas, do aproximar-me de quem pouco conheço e descobrir a riqueza de seus dons e talentos. A admiração faz parte humana da vida. Da admiração nasce a surpresa humana como no carinho humano a necessidade do outro, da presença e do desejo da busca de mais e sempre. Aprender dos outros nos surpreende e aos outros. Era tão fácil. Toda surpresa passa pela admiração.