Soja: Aplicação zero e sua eficiência no controle de doenças
Muitas das doenças que acometem a soja começam a incidir logo no início do plantio, o que exige uma dose extra de atenção e de cautela do produtor. Daí a necessidade de se proteger a lavoura desde seu estágio vegetativo e não somente nos períodos de floração e enchimento dos grãos.
A aplicação zero de fungicida é uma das estratégias de manejo mais eficientes para evitar o problema com o complexo de doenças da soja, nos primeiros estádios de desenvolvimento da cultura. As plantas mais jovens têm maior suscetibilidade ao ataque de fungos, que podem infectar e colonizar a lavoura sem apresentar sintomas em um primeiro momento. As doenças, principalmente as manchas, acometem a planta desde a fase inicial até o final do ciclo, apresentando alto potencial de danos.
Como o próprio nome diz, a prática consiste em uma pulverização bem no início do desenvolvimento da soja, ainda em sua fase vegetativa – ou seja, cerca de 30 a 35 dias após a emergência dos grãos. O principal objetivo dessa aplicação é fazer um controle das doenças de final de ciclo da cultura anterior, uma vez que os fungos causadores costumam sobreviver na palhada e nos restos culturais, ou seja, já se encontram na lavoura desde a emergência da cultura. A aplicação zero tem como objetivo evitar a incidência de doenças como antracnose, oídio e todo o complexo de manchas – com destaque para a mancha-alvo. Os grupos de fungicidas mais utilizados para esta aplicação são, mistura de triazóis + estrobilurinas, triazóis + benzimidazóis ou produtos que contenham misturas de dois triazóis.
Vale destacar que a aplicação no vegetativo ainda contribui para ganhos expressivos de produtividade. Ao se optar por essa prática no manejo de doenças, o produtor garante uma maior proteção das folhas do baixeiro, local onde se iniciam as infecções. Essa parte da planta tem grande participação no processo de enchimento de grãos, e medidas de controle no vegetativo proporcionam maiores produtividades nesse terço inferior das plantas.
É importante lembrar que essa aplicação zero, não substitui a primeira aplicação de fungicida na cultura da soja, e sim contribui para que se tenha maior êxito no manejo das doenças, durante todo o ciclo da cultura. O ideal é de que a distância da aplicação zero para a primeira aplicação seja de no máximo 12 dias, mas a primeira aplicação, com produto melhor não pode ser atrasada em virtude da aplicação zero, uma vez que a aplicação primeira é mais importante.