Quem sou eu?
Eu costumo dizer, que toda hora é propícia para buscar a presença de Deus. Mas a madrugada parece ser a hora perfeita. Enquanto todos dormem, a correria e o barulho da vida diária não lhe atrapalham, o silêncio e a paz são os companheiros da madrugada. Nessa hora que buscamos o encontro com Deus. Nesta hora também vem as dores causadas pela morte. Como entender um fato que parece fechar todas as portas à esperança? Conviver sem a presença física de quem tanto estimamos? Controlar a saudade dos mínimos gestos? Saudade essa que ao contrário do que dizem, parece aumentar com o tempo.
Como suportar a voz que se calou trazendo um terrível silêncio? E o que fazer para conter as lágrimas diante das fotografias de um passado que não retorna? Manter a confiança torna-se tarefa complicada quando o futuro nos parece tão incerto. Tudo à nossa volta parece sem sentido e penoso, falta coragem para os mínimos atos. Emoções se misturam, num instante a revolta, a descrença, a vontade de gritar sem parar e em outro momento, reina a melancolia, o pranto, a vontade de desistir.
Onde está a piedade divina? A grande reflexão de todo o texto é perceber que somos seres que precisamos amar e ser amados. Então porque precisamos criar toda essa cultura de ódio que cada dia mais está prosperando em nossa sociedade? Não está na hora de parar um pouco e refletir sobre nossa vida? A piedade Divina está em nosso coração, mas precisamos encontrá-la, para podermos retomar um projeto de construção de uma vida mais humana e igualitária. Todos temos o direito de ter o seu time do coração, todos temos o direito de defender seu partido, todos temos direitos... Quando criamos uma sociedade baseada no ódio, proibimos os demais de manifestar sua opção e ao mesmo tempo abrimos espaço para destruirmos amizades e laços familiares. Não creio que seja humano o ser que deseja o mal e a morte do outro ser humano. Se o outro fez o errado, deixe que diante da justiça ou de Deus ele pague por aquilo que fez. Ninguém é Deus para condenar, nem para