Percevejos: monitoramento constante para evitar perdas


Os percevejos constituem uma das principais pragas da soja no Brasil. Por se alimentarem dos grãos, afetam seriamente o seu rendimento e a sua qualidade. Ao provocarem a murcha e má formação dos grãos e vagens, a planta de soja não amadurece normalmente, permanecendo verde na época da colheita.

Período de alerta

Na fase vegetativa da cultura da soja, os percevejos migram dos nichos de diapausa ou de hospedeiros alternativos para soja. Durante a floração (R1 a R2), ocorre o período de colonização, e a partir do início da formação das vagens (R3) ocorre a reprodução e o aumento das populações, sendo estas compostas por ninfas, sendo caracterizado como o período de alerta. O aumento populacional é crescente ao final do desenvolvimento das vagens (R4) e início de enchimento dos grãos (R5), atingindo o pico populacional máximo. Posteriormente, a população vai reduzindo com a soja atingindo a maturação fisiológica (R7).

Danos dos percevejos

Dependendo da espécie de percevejo, eles podem causar basicamente três tipos de danos às culturas:

 - Enrugamento ou chochamento dos grãos, provocado pela sucção da seiva das vagens ainda verdes;

- Retenção foliar ou “soja louca”, caracterizada pela permanência de folhas verdes nas plantas quando as vagens já estão em ponto de colheita;

- Favorecimento da ação de doenças sobre os grãos e as sementes, que provocam danos antes e após a colheita.

Importância do monitoramento

O monitoramento é a essência do Manejo Integrado de Pragas (MIP) na lavoura, pois pode aumentar a eficiência no controle dos insetos e também pode proporcionar redução do custo de produção. O grande benefício deste monitoramento é a identificação do momento ideal para entrar com as aplicações de inseticidas nas lavouras, tendo assim um melhor aproveitamento dos produtos utilizados

Controle químico

 

O percevejo-marrom é o que apresenta menor suscetibilidade aos inseticidas, seguido pelo percevejo-verde-pequeno e, por último, o percevejo-verde. Basicamente, temos três grupos químicos que podemos utilizar para o controle, que são os Piretróides, Neonicotinóides e Organofosforados. Lembrando que normalmente os Piretróides e os Neonicotinóides já estão associados ao produto comercializado.