Em 1916, o Município de Passo Fundo, então com 58 anos de emancipação, decidiu criar o seu 5º distrito e, tendo a escolher entre o Tope e Marau, a escolha recaiu sobre a nossa incipiente vila, que recebera seus primeiros colonizadores há apenas 12 anos.

Com o impulso desta nova etapa administrativa e levado pelo nunca indesmentido espírito empreendedor dos que aqui chegavam, Marau foi à busca do seu lugar no mapa político e econômico do nosso Estado.

E assim, passo a passo, iniciando na agricultura e dali indo para o comércio, pequenas indústrias, que depois se tornaram grandes, na prestação de serviços, na educação, na cultura, e aqui a cultura não é apenas retórica, ela se torna concreta com grupos teatrais, jornais e tendo a residir em Marau um grande músico e maestro francês (autodidata), Frei Exupério de La Compôte, cuja obra mais importante é a “Missa da Imaculada”. Há informação não confirmada que esta missa teria sido executada no Vaticano, durante o Concílio Vaticano II. Também seria o autor, não da letra, mas da música “Merica, Merica” Quem quiser saber mais sobre este notável sacerdote, sepultado aqui em Marau, procure ler o livro “Frei Exupério da La Compôte – A batuta da fé e da alegria” da nossa conterrânea historiadora Roberta Bassani Federizzi.

É agradável escrever sobre a minha querida cidade. Contar tantos fatos inusitados, como aquele que presenciei num domingo de manhã, ali pelas 10 horas, um pequeno avião aterrissando onde hoje começa a Av. João Posser. Era ali por 1951 ou 52 e o piloto com pane no aparelho ali desceu. Quem era o passageiro? João Goulart (Jango), na época Ministro do Trabalho do Governo Getúlio Vargas. Aguardou na residência do senhor Alberto Borella a chegada da equipe que viria resgatá-lo. 

E se mais espaço tivesse, daria para contar mais fatos, no mínimo curiosos aqui acontecidos. Mas o que realmente importa é a História contada por este povo que aqui vive há quase 120 anos e que pelo seu esforço e vontade de vencer constrói uma cidade da qual todos podemos nos orgulhar.