Estiagem: a triste realidade do campo


A região vem sofrendo muito nos últimos meses com a estiagem. Por enquanto, os maiores prejuízos são registrados no setor primário. Os impactos da falta de chuva estão centrados na produção de grãos, mas representam perigo também para produção animal, em função da falta de pastagens e da colheita do milho sem formação do grão ou com baixa qualidade para produção de silagem, não suprindo de forma adequada a demanda nutricional exigida pelos animais. 

As lavouras de milho, por enquanto, são as mais prejudicadas. Calcula-se que as glebas semeadas até final de setembro já acumulem perdas superiores a 80% e, se não chover de forma significativa nos próximos dias, as lavouras semeadas mais tarde caminham para a mesma realidade. Em vários talhões das lavouras de milho, os produtores estão aproveitando o pouco de massa verde que ainda resta e fazendo silagem para a alimentação dos bovinos e, em alguns talhões, os produtores estão esperando a chuva para destruir a lavoura e, posteriormente, realizar o plantio da soja.

A cultura da soja também já sente e muito os efeitos da estiagem, com perdas consideráveis de produção, seja as lavouras semeadas mais cedo, que até emergiram bem, apresentam bom estande de plantas, mas acumulam perdas, pois não estão conseguindo se desenvolver, e, em alguns casos, já estão entrando em fase de florescimento, um dos períodos mais críticos da cultura. Nas lavouras semeadas após a colheita do trigo, grande parte delas apresentam problemas de germinação, com estande de plantas baixas, sendo que em vários talhões o produtor vai ter que realizar o replantio da cultura. E ainda temos uma parte das lavouras de soja em que não foi possível realizar a semeadura, por fala de umidade do solo. 

Para os produtores que têm suas lavouras asseguradas pelo seguro agrícola ou pelo proagro, a orientação é que procurem a assistência técnica para orientação de quais passos devem ser seguidos para cada situação e que nunca realizem qualquer tipo de operação sem antes ter recebido a vistoria do perito, pois, caso contrário, podem ter suas coberturas negadas e, com isso, ter prejuízos ainda maiores com a atividade.