ESPIRITUALIDADE PÚBLICA
O capitalismo selvagem de nosso mundo se tornou ateu e avesso a todas as religiões. Os governos de todos os níveis se declaram simplesmente estado laico, o que não significa que de fato se tornam estados ateus. Os grandes encontros mundiais refletem isto e acendem a luz para sair desta indefinição de um cidadão sem crença, agnóstico ou ateu, simplesmente ao trocar a adoração de algum deus do mundo: o capital, o lucro, a riqueza, o poder, a violência, o mais forte e a eliminação dos necessitados. Esta exclusão se faz por conta das escolhas humanas. Este tempo de secura duma espiritualidade que sempre animaram os humanos desde as cavernas e as civilizações conhecidas, a seu modo adoravam valores supremos, que os guiavam pela vida. O humano não vive sem espiritualidade. O espírito cria intenções, anima sonhos, mostra caminhos, busca encontros, sente a dor humana, escuta o clamor dos frágeis, interioriza sofrimentos e até se compadece por todo sofrimento humano. As grandes religiões do mundo defendem a pessoa humana, desde o nascimento até o fim natural de sua vida, propõe a educação como caminho a seguir pela vida, ter sua família e o trabalho para se sustentar. A espiritualidade permeia esta necessidade. O Espírito é parte integrante da pessoa humana. Ninguém nasce sem seu espírito. E ele é que nos recolhe, nos conduz ao incorpóreo. Sem uma espiritualidade humana nada se consolida no humano, pois tudo se desintegra no organismo. Assim a cidade dos homens tem uma espiritualidade natural. A espiritualidade que defendemos não a espiritualidade da Bíblia, nem do Alcorão, nem das leis Hindus ou sabedorias dos povos, mas a espiritualidade da vida, não escritas em livros, em códigos, em leis, mas na alma humana, seu espírito que o acompanha no mundo e em sua vida. Ninguém nasce sem sua luz.