Enfezamento do milho caudado pela cigarrinha-do-milho
A cigarrinha-do-milho é um inseto sugador que causa danos de enfezamento pálido e vermelho do milho prejudicando à lavoura. A sucção da seiva faz com que a planta perca o vigor, ficando mais suscetível à instalação de doenças e fragilizada na matocompetição com daninhas, por exemplo. Porém, o maior potencial de dano da cigarrinha na lavoura de milho é indireto. É que esse inseto é transmissor de diferentes patógenos, entre eles as bactérias da classe mollicutes, que são causadoras dos enfezamentos do milho.
O enfezamento do milho tem se destacado entre as doenças mais preocupantes para a cultura nas últimas safras, com perdas severas em diversas regiões do país. Segundo a Embrapa, as perdas devido aos enfezamentos podem chegar a 100%, em função da época de infecção e da suscetibilidade da cultivar plantada.
O enfezamento é provocado pelos mollicutes, que são micro-organismos patogênicos que sobrevivem apenas nessa cultura. Há dois tipos de enfezamentos: o enfezamento-pálido e o enfezamento-vermelho. A distinção entre as duas em campo com base apenas nos sintomas da planta é muito difícil. As plantas com enfezamento apresentam os seguintes danos:
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Redução da absorção e assimilação de nutrientes pela planta;
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Redução na capacidade de produção de fotoassimilados;
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Redução de crescimento e desenvolvimento;
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Entrenós curtos;
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Proliferação e malformação de espigas;
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Espigas improdutivas (menores e com falhas);
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Grãos mal formados e chochos;
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Enfraquecimento dos colmos, com favorecimento às infecções fúngicas que resultam em tombamento.
Como a cigarrinha transmite doenças ao milho?
A cigarrinha adquire os mollicutes (fitoplasma ou espiroplasma) quando se alimenta da seiva de uma planta de milho doente. Esse patógeno fica alojado em suas glândulas salivares. Posteriormente, no ato de sucção de seiva das plantas sadias, liberam o conteúdo salivar, espalhando a contaminação.
A infecção com mollicutes ocorre na plântula de milho em estádios iniciais de desenvolvimento. Esses micro-organismos patogênicos proliferam nos tecidos do floema e a planta apresenta os sintomas do enfezamento apenas na fase de produção. Nem todas as cigarrinhas que chegam em uma lavoura de milho jovem são infectantes com mollicutes. Mas, segundo os pesquisadores da Embrapa, ainda não há ferramenta prática que ajude a identificar no campo quais estão ou não infectadas.