Como tenho declarado que não votarei nem no Lula, nem no Bolsonaro, sou acusado por alguns de “ficar em cima do muro”. O que significa esta expressão? Diz daquele que não se decide nem para um lado, nem para o outro e estando no alto do muro poderá saltar para o lado que lhe trará mais benefícios. 

Não é o meu caso. Não estou à espera de algum cargo público que o presidente eleito poderá me dar, nem tão pouco de alguma benesse que me seja favorável. Portanto, pouco se me faz o quesito “favores” de quem eleito for. Também não tomei esta decisão nos últimos 30 dias, mas sim há meses, quando os dois candidatos finalistas ainda eram apontados como prováveis presidenciáveis. Não se trata de dois candidatos que pela primeira vez se apresentam ao povo brasileiro e talvez pouco se conheça das suas vidas políticas. Pelo contrário, os dois já governaram o Brasil e o que mostraram para mim não me agradou e por isso tenho o DIREITO de fazer a minha opção.

Não estou lá em cima do muro, mas aqui embaixo com os pés no chão dizendo para os dois, que no vestibular para a Presidência, comigo pelo menos não atingiram a nota mínima, que dirá a máxima. Ficar relatando as respostas que me deram às perguntas que lhes fiz exigiria muitas laudas escritas e este Jornal me concede um espaço quinzenal de 2.000 caracteres com espaço.

Ficar em cima do muro é ser indeciso, é não saber o que fazer. No meu caso tomei uma decisão, ou seja, nenhum dos dois. No 1º turno votei no 15 da Simone Tebet, meu Partido. Muitos, mas muitos emedebistas não votaram nela. Alguns cientes (não disse conscientes) do que estavam fazendo, outros nem tanto. Respeito suas posições, afinal sou democrata.

A legislação me permite nos meus 80 anos ir ou não ir votar. Decidi que vou, pela disputa estadual. Na urna poderei escolher quatro algarismos para eleger o Presidente, 13 ou 22 e depois a tecla CONFIRMA, o que exigiria que por três vezes acionasse as teclas. Optarei por uma tecla só.

A culpa desta minha decisão é dos dois candidatos que não souberam me inspirar confiança.