Cuidados com a incompatibilidade dos produtos nas misturas em tanque


A mistura de produtos no tanque de aplicação é considerada uma das formas de utilizar racionalmente a água, além de dispender um menor tempo para a aplicação de diferentes produtos, menor compactação do solo, já que as máquinas circulam menos vezes na área, menor depreciação dos equipamentos, entre outros benefícios, principalmente no que diz respeito a redução dos custos.

Estas misturas são realizadas pela necessidade de controlar problemas que acontecem nos cultivos simultaneamente, como: plantas daninhas, insetos-pragas, doenças, e também para aplicação de adubos foliares, quando é preciso suprir a demanda nutricional das plantas.

Apesar de ser uma prática fundamental para o produtor no manejo de sua lavoura, é preciso ter alguns cuidados com as misturas em tanque. Se não forem realizadas de forma adequada, a eficiência dos produtos pode ser reduzida ou até anulada, devido as interações entre componentes químicos que não são compatíveis. Entre essas interações, é possível que sejam geradas incompatibilidades químicas, que tem como um dos prejuízos a redução da eficiência do produto e incompatibilidades físicas, onde as misturas não se tornam homogêneas e apresentam flocos e grumos ou excesso de espuma, formação de pastas e separação de fases dos produtos.

É possível verificar, antes mesmo da aplicação, a compatibilidade entre as misturas. O ideal é que você realize um teste com os produtos antes de misturá-los no tanque, para saber se são compatíveis. Nesse teste, chamado de Teste da Jarra, você prepara uma calda de menor volume, onde realiza a mistura dos produtos que serão aplicados em seguida.

Um dos pontos principais para se ter sucesso na mistura em tanque é a ordem adequada de adição dos produtos, que deve ser a seguinte:

  • Encha o tanque com 2/3 do volume de água da calda. Isso garante que os produtos que serão adicionados a seguir serão dissolvidos ou dispersos de forma ideal;

  • Em seguida, se for utilizar condicionadores de água, agentes redutores de deriva, antiespumante e de compatibilidade, estes devem ser misturados no tanque;

  • Após isso, os pós molháveis devem ser adicionados (WP), e, posteriormente, os produtos granulados (WG e SG);

  • Na sequência, são as suspensões concentradas (SC), seguidas pelos concentrados solúveis e emulsionáveis (SL e EC);

  • Se mais adjuvantes forem adicionados, será posteriormente aos produtos já misturados;

  • Neste momento, se for necessário, os produtos foliares podem ser misturados;

  • E por fim, complete com o restante da água do volume de calda.

 

Além disso, faça a pulverização logo que terminar o preparo das misturas, pois um dos fatores relacionados a eficácia dos produtos é o tempo de armazenamento, que quando feito por um longo período antes da pulverização pode provocar a degradação e desestabilização da calda.