Crestamento foliar de cercospora e mancha púrpura


 

Considerada uma doença de final de ciclo, o crestamento foliar é causado por fungos do gênero Cercospora, sendo o mais conhecido o Cercospora kikuchii, que está presente em todas as regiões produtoras de soja do Brasil. O mesmo patógeno também é o responsável pela mancha púrpura dos grãos de soja.

Os danos causados pela doença podem chegar a redução de 30% no rendimento de grãos. Porém, se associada com outras doenças, como a mancha parda, forma o complexo de doenças de final de ciclo da soja, os danos neste caso podem ser maiores.

Através da vagem, o fungo atinge a semente e causa a mancha-púrpura no tegumento. A alteração de cor das sementes leva a uma desvalorização comercial do lote, tanto para uso industrial quanto para semeadura. Em casos severos de infecção, as plantas originadas das sementes infectadas são menos vigorosas, e em consequência, menos produtivas.

A severidade da doença geralmente é maior em safras chuvosas e com temperaturas entre 23ºC a 27ºC. Solos com baixa fertilidade podem predispor as plantas a um ataque mais intenso do patógeno na haste.

A principal via de disseminação de Cercospora kikuchii são as sementes infectadas. Os conídios do fungo levados pelo vento dentro da plantação são responsáveis pela infecção secundária durante a estação de cultivo. Pela sua capacidade de sobreviver em restos culturais, os resíduos vegetais deixados no campo após a colheita garantem uma importante fonte de inóculo, a qual pode ser dispersada dentro do próprio campo e entre campos vizinhos. 

Quase todas as variedades de soja são suscetíveis a Cercospora kikuchii, embora apresentem diferentes respostas na sensibilidade ao patógeno. As principais recomendações para o controle da doença são:

 

  • Utilização de sementes sadias; 

  • Tratamento químico das sementes com fungicidas com ação sistêmica e de contato

  • Rotação de culturas;

  • Adubação adequada, atenção principalmente a manutenção de adequados níveis de potássio no solo;

  • Controle químico.

 

 

Pensando no controle da doença, visando as aplicações aéreas, priorizar sempre a mistura de produtos à base de Difenoconazole, Tebuconazole ou Clorotalonil, junto com os fungicidas utilizados para o controle das demais doenças da cultura da soja.