CONCILIAÇÃO HUMANA


 

Nunca fomos tão perto uns dos outros como hoje. Tudo nos aproxima, tanto pela voz, pela imagem, palavra, gestos e atitudes. O mundo virou uma aldeia global, como dizia Mc Luhan. Todos sabem onde estamos, moramos, o que falamos e assim sabemos dos outros. Antes vivíamos longe e de vez em quando nos aproximávamos, por encontros. Hoje não. Nossas arrogâncias, valentias, poderes e capacidades chegam antes que a gente, por incrível que pareça e por rápido que seja. Mas também, assim que morre apaga tudo. Esquece e termina o teu mundo. Tudo vale pelo tempo em que vive aqui. O resto das coisas levam, apaga-se o nome e se transfere das posses. Como veio, também vai. Hoje há uma necessidade de reconhecimento de cada pessoa, de seu ser e dignidade. Pela nossa presença mergulhamos no tempo e o dignificamos, nos acolheu e nos inunda sempre de seus valores e experimentamos o que nos é dado ao alcance. E todos, com diferentes e imensos dons pessoais. Conciliar, todos em convívio, na convivência, nas profundezas humanas de cada ser. Outrora todo diferencial era rejeitado, que não fosse como a gente. Até ridicularizavam as diferenças culturais, crenças e costumes. Hoje é o primeiro passo na conciliação. Aceitar os outros, reconhecer, acolher e admirar.  Recompor a parte humana, como vidas feridas, prejudicadas, mortes, ódios e guardadas lembranças de vinganças sem fim. Não glorificar quem mata, odeia, mas quem unifica caminhos e faz encontros, junta cantos e abraços, refaz vidas e elimina sofrimentos, como débitos antigos, sequelas de sequestros de bens e vidas enfraquecidas. Conciliar é um restauro da humanidade e reequilibrar as forças e raízes humanas. Penso em Jesus que uniu todos e colocou no coração de quem o segue. Amado tempo de luz, que nos é dado experimentar e viver.