Cenário de fertilizantes para o produtor brasileiro
O Brasil é um grande importador de fertilizantes agrícolas. Cerca de 85% do adubo utilizado em nossa vasta agricultura vem de outros países. Com a dependência do agronegócio brasileiro em relação a esses produtos, a importação de fertilizantes fica naturalmente vulnerável a oscilações do mercado externo. A Rússia, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, também é a maior fornecedora de adubos para o Brasil.
Com os impactos da instabilidade internacional na cadeia de abastecimento global, a principal tendência é de aumento nos preços dos fertilizantes para o produtor, muito em função também do aumento no custo do transporte desse insumo, esse aumento, no entanto vai depender de alguns fatores, como quanto tempo o conflito entre Rússia e Ucrânia irá durar, aumento do preço do petróleo lá fora, entre outros fatores.
Cerca de 25% dos fertilizantes importados pelo Brasil são provenientes da Rússia. Em 2021 foram 9,2 milhões de toneladas de adubo importado desse país. Além da Rússia, o Brasil compra fertilizantes de países como China, Canadá, Belarus e países do Oriente Médio. Em 2021, cerca de 14% do total de fertilizantes comprados pelo Brasil vieram da China. Já o Canadá e o Marrocos correspondem, juntos, a cerca de 20% de todo o adubo exportado para o Brasil. Confira o que o Brasil importa de cada pais:
- Rússia: fertilizantes NPK (nitrogenados, fosfatados e potássicos);
- China: nitrogenados e fosfatados
- Canadá: potássicos (o país é destaque na exportação mundial de cloreto de potássio);
- Belarus: potássicos;
- Marrocos: fosfatados.
Para minimizar a dependência brasileira de fertilizantes de outros países, políticas de incentivo à produção interna do insumo têm sido desenvolvidas pelo governo federal. Uma dessas ações é o Plano Nacional de Fertilizantes, que visa facilitar a produção nacional desse insumo. O lançamento do programa, no entanto, ainda não ocorreu, e é visto como uma solução de longo prazo.
A orientação é que o produtor tenha cautela no uso dos fertilizantes nesta safra, que realizem análise de solo, em suas glebas de semeadura, para que com esses laudos ele possa utilizar somente a adubação necessária para produção desejada em cada talhão, e que observe também muito a relação de troca fertilizantes/grãos e quando esta relação estiver favorável, efetue as negociações.