Brasil, encontro de povos
Na sala de aula, tinha um quadro da primeira missa no Brasil. Os portugueses chegaram e encontraram os índios e se entendiam com gestos. Português tinha outra língua, usava roupa e os índios olhavam, como gente de paz. Assim, Frei Henrique e seus companheiros rezaram a missa. Mais tarde, chegaram os escravos da África, foram capturados lá, presos e vendidos aqui, nem se conheciam direito entre si. Mas, se juntaram aos que já andaram por aqui. Três povos desconhecidos agora convivem e vão ficando e aumentando sempre mais. Com estas culturas convivendo, inicia uma miscigenação do caboclo brasileiro e do mestiço, com o índio, o europeu e o africano. Nesta união das raças e línguas, culturas e ritmos, música, cantos, talentos e disposições humanas, se cria a alma brasileira. Os séculos formaram os povos. Por natureza, a pessoa humana é pacífica e se admira no outro e se encanta com a capacidade das pessoas. Mas, veio o rico, que queria ouro, prata e madeira. Este vem para dominar e escravizar. As chamadas guerras, revoluções, conflitos e matanças acontecem porque veio a ganância, o mal e o poder de alguns. Sempre aparece quem quer ter mais, poder mais, mandar mais e ser maior que os outros. E isto causa as discórdias, divisões, violências e mortes, e produz o pobre, o escravo e o desgraçado. O Brasil se forma do encontro de povos, culturas, arte e talento. Tive a graça de viver e perceber o dedo de Deus presente em todo o povo e somos imagem e semelhança de nosso Deus. Até Deus recebe nomes diferentes, mas é o mesmo e de todos. Esta gente toda viveu pela sua sabedoria. A ciência chegou depois. Viveu e fez tudo em dinheiro, que veio depois. O agrupamento humano animou tudo e na solidariedade se formaram comunidades e organizações. Os encontros produzem esta arte. E a vida formou o Brasil.