Apnéia do sono e ronco


 

 

A síndrome de apnéia obstrutiva do sono é uma doença caracterizada por paradas respiratórias durante o sono causadas por obstrução da via aérea superior. Durante uma apnéia, a oxigenação sanguínea diminui, enquanto o indivíduo aumenta, involuntariamente, o esforço respiratório a fim de vencer a obstrução da via aérea. Estes dois fatores fazem com que o cérebro reaja para restabelecer a respiração, levando o paciente a alterar a fase do sono, ocorrendo o que chamamos de microdespertares, uma vez que a pessoa não chega a acordar. Após o restabelecimento da respiração, o sono volta a se aprofundar e uma nova obstrução ocorre. Este ciclo pode se repetir por centenas de vezes, gerando fragmentação do sono e transtornos cardiovasculares, sem que a pessoa perceba. 

 

Os principais sintomas da SAOS são: ronco, pausas respiratórias observadas pelo(a) parceiro(a), sonolência excessiva diurna, cefaléia matinal, dificuldade de concentração, irritabilidade, lapsos de memória. Nem sempre, todos os sintomas estão presentes no mesmo paciente. 

 

O diagnóstico consiste em uma avaliação médica especializada e a realização de um exame chamado POLISSONOGRAFIA. A polissonografia consiste no registro contínuo de parâmetros fisiológicos durante o sono. É um exame indolor e que pode ser realizado no laboratório ou na residência do paciente. Tem como objetivo avaliar e quantificar a presença de distúrbios do sono. 

 

Dependendo da gravidade da apneia e do quadro clínico, o médico julgará a melhor forma de tratamento para cada indivíduo. Nos casos moderados e graves, está indicado cirurgia para correção dos fatores obstrutivos da via aérea ou o uso do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure). 

 

O CPAP consiste de um gerador de fluxo de ar que, através de uma máscara nasal, fornece uma pressão positiva dentro da via aérea que não permite que ela se feche. Esta pressão positiva impede que ocorram as paradas respiratórias e o ronco, evita as quedas de oxigenação durante o sono e melhora a qualidade do sono. 

 

O uso correto e contínuo do CPAP é capaz de melhorar a sonolência diurna e os outros sintomas da síndrome e evitar as consequências da apnéia, quando iniciado precocemente. É a forma de tratamento da SAOS melhor estudada até o momento, através de estudos científicos envolvendo um grande número de indivíduos. 

 

Quando não tratada, a apneia aumenta de forma significativa o risco de: hipertensão arterial, doenças coronarianas (angina e infarto), arritmias cardíacas, AVC, refluxo gastroesofágico, acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho