Analfabetismo político


* Como as coisas não mudam. Esta coluna escrevi em 07/08/15.      

Impressionante como o nosso povo não conhece as leis e também não tem conhecimento do potencial de cidadania que possui. Concordo que a maioria de nossos avós e pais poderiam dar-se por muito felizes se conseguissem estudar até o 5º Livro, como se dizia na época. Muitos não chegavam nem até o terceiro ou estudavam só o primeiro ano, porque tinham que ajudar em casa. Quem não se lembra de casos assim entre seus familiares?

Mas, à geração que começou estudar há menos de 50 anos, quando passou a ser exigido pelo Ministério Público que os pais mandassem seus filhos à escola, não existe mais desculpas pela ignorância ante os seus direitos e deveres como cidadãos.

O problema começa porque os currículos escolares não contêm esta   matéria. Qual é o governo em todos os níveis, federal, estadual, ou municipal que tem interesse que o povo se conscientize politicamente? Povo alienado é mais fácil de manobrar. E não me referindo aos dias atuais. Isto vem de sempre.

No tempo da ditadura militar, era lecionada a matéria de Moral e Cívica. Pretendeu ensinar direitos e deveres, mas pecou porque os professores tinham que ficar bitolados no que os militares queriam que o povo aprendesse. Se o professor saísse da linha, acabava saindo da escola ou, no mínimo, trocado de matéria. Que o diga o professor e hoje jornalista Carlito Silvestri. Eu também tenho uma vivência sobre isto.

O que é preciso proporcionar é uma matéria, que, sistematicamente, em todos os anos, vá se ensinando gradativamente um pouco mais ao aluno, conforme sua capacidade de entender, para que diante dos fatos não seja manipulado por políticos e governantes de ocasião.

 

E digo mais, aqueles espaços que os partidos ocupam nas quintas-feiras, no rádio e televisão (na época os partidos políticos tinham estes espaços) sirvam para explicar ao povo, entre outras coisas, o que é Constituição, o que significa o Brasil ser uma República Federativa. Quais os três Poderes que governam o País, o que cada Poder pode ou não pode fazer. E isto urge, porque, nesta matéria, a ignorância é de doer.