A PERGUNTA FORMA O SÁBIO


 

 

Somos o que a pergunta nos fez. De pergunta em pergunta e resposta em resposta formamos opiniões, concluímos teses e assumimos princípios. Pela pergunta recebemos a história dos outros e da humanidade. Desde criança perguntamos pelas coisas, pela vida e pessoas. Somos insaciáveis em avançar nos caminhos da humanidade. Quem pergunta anda na vida. Quem não pergunta parou no tempo e no espaço. Fica no que está e cansa na vida. A pergunta faz a ciência pela pesquisa, forma o pensamento, desenvolve faculdades e descobre segredos e traça caminhos. A pergunta é a grandeza do sábio, pelo que forma, como pela conquista. A pergunta passa por todas as dimensões da vida humana, inclusive da fé e talvez mais que outras ciências humanas. A pergunta foi colocada em nós por Deus, como dinamismo de busca permanente da vida humana e suas relações.  E a pergunta relaciona com a natureza, com as criaturas, com o mundo animal e humano, inclusive com Deus, seu Senhor. Jesus perguntou muitas vezes, como: “não eram dez os curados?”, “Não ledes vós nas escrituras? “Não sabeis vós, que devo ocupar-me das coisas do Pai?” e outras. A pergunta não é apenas humana, mas também divina. Quem pergunta pratica um gesto de interesse por nosso depósito de vida, nossa cultura e nossa vida. A pergunta pelos outros, pelas coisas e pelo mundo, se faz sabedoria quando nos perguntamos também a nós mesmos, assim perguntar por nossas ações e decisões. Perguntar-nos por nossa origem e nosso fim. Perguntar-nos pelas nossas certezas e crenças. Perguntar-nos de nossos sonhos e até de nossos pecados. A pergunta nos desinstala passo a passo de nós mesmos e acumulamos uma sabedoria pela assimilação do que acolhemos e incorporamos pelos dons e iluminação de quem acolhemos.