A noite
Desde antes, “as trevas cobriam o abismo”. A noite está no mundo desde sempre e acompanha e faz parte da vida. Somos gerados no escuro do ventre da mãe que nos dá à luz, quando nascemos. As trevas fazem parte da geração humana, de seu crescer e desenvolver, como também são os momentos mais fecundos da vida humana. A noite separa os dias. A noite espera o sol e volta quando ele desaparece. Os dois nunca convivem. E é na noite que a flor se abre, nasce o botão, brota a espiga e também o grão. A fecundidade da vida, segundo a espécie, tem na noite seu maior brilho. A noite faz bem para todos. Os animais se recolhem, descansam e oportuniza a caça das presas e seu alimento. Para os humanos, é a hora silenciosa das cidades e dos campos. Tudo se recolhe. A noite convida para o convívio da casa, do encontro com as crianças, com os pais, com os amigos. A noite recolhe todos ao descanso. E o corpo relaxa os membros. As árvores limpam os ares e os purificam com oxigênio novo e puro. A noite realiza os maiores diálogos e decisões. Os sonhos projetam a vida pela noite. A noite faz bem. Dei-me conta que a metade da vida dormi. E a outra parte é e foi dia, em que realizamos a proposta da noite. O que faria senão existisse a noite? Quando aqui os dias são maiores, como no verão, noutro lado do mundo são menores. Lá em Moscou, então, o sol abre o dia às nove e às três termina. Menos ainda no Polo Norte. Por sua vez, a noite no mundo não é igual ao mesmo tempo. Enquanto uns tem dia, outros tem noite. Nosso mundo gira em torno do sol e Deus é nosso sol. Ele aquece e ilumina um lado da face da terra, um aparte parte por vez. Assim, a vida é possível. Sem a noite, nem o dia, a lua e a luz existiriam. A noite engenha a vida, as decisões. E o dia realiza o que a noite escolhe.