A semeadura da soja se aproxima, e além da boa plantabilidade da cultura, é fundamental garantir o bom estabelecimento inicial da lavoura. Para isso, entre outros fatores, deve-se fazer uso de sementes com boa qualidade fisiológica, sanitária, genética e física. Dentre esses fatores, um dos mais analisados por técnicos e produtores é a germinação das sementes, entretanto, outra característica muito importante, que interfere diretamente no estabelecimento da lavoura e produtividade da cultura, é o vigor de sementes, pois ele está relacionado com a capacidade das sementes em germinar e produzir uma plântula normal em uma ampla faixa de condições, não necessariamente sendo as condições ideais para a germinação.

Tecnicamente, o vigor de sementes pode ser igual ou inferior a sua germinação, mas nunca superior. De modo geral, durante o início do desenvolvimento da cultura, o efeito do vigor é visualizado principalmente na uniformidade e velocidade de emergência do estande de plantas, refletindo na performance das sementes em germinar sob condições não necessariamente adequadas. Com relação a produtividade da soja, embora a germinação exerça forte influência sobre um dos principais componentes de produtividade (número de plantas por área), o vigor das sementes também apresenta relação com a produtividade da soja.

Figura 1. Relação entre a produtividade de grãos na cultura da soja (kg haˉ¹) e o vigor de sementes (%) obtida a partir de 70 amostras cultivadas na safra 2018/2019. CCGL – Cooperativa Central Gaúcha Ltda, Cruz Alta, RS.

Logo, pode-se notar a significativa contribuição do vigor das sementes na produtividade da soja, sendo possível atestar que sementes de alto vigor tendem a resultar em plantas mais produtivas em comparação a sementes de baixo vigor, sob mesmas condições de ambiente e manejo. Dessa forma, fica evidente a necessidade em atentar para variáveis fisiológicas das sementes, além da tradicional germinação, dando preferência sempre que possível, para o uso de sementes de elevada qualidade.