A ESTRADA


 

Precisávamos viajar logo para chegar no horário previsto. Era noite e aquela estrada seria companheira pela primeira vez. Era BR duplicada, mas escura e por ela andamos hora e meia, tudo desconhecido, sem alma viva, apenas carros em sentido contrário, como caminhões carregados e ambulâncias. O GPS companheiro fiel iniciava ser este o caminho e citava BR e RS e seus números, nada mais. E após quase duas horas um posto, com muitas luzes. “Olá amigos. Que bom encontrar vocês. E pergunto logo: “esta estrada vai para onde? "Nem sabia que ela ia embora”. “Mas, também, que pergunta boba te fiz. Mas por ela eu chego onde?” “Para onde o senhor quiser e para todo lugar, até de volta, se quiser”. “Vejo que o senhor é sábio, com suas respostas”. A estrada me ensinou a responder a todos que perguntam. “Senhor, eu quero ir a São Sepé, seguindo este caminho eu chego ali?”. É claro, a estrada lhe diz numa placa: “ Aqui, São Sepé. Olha, amigo o GPS e o posto, ajudam todos a chegar onde quiserem ir. Agradeci e rimos de nossas perguntas bobas e das respostas sábias. A estrada faz o caminho, que conduz todo homem ao destino que deseja ir. “E ainda adverte, a estrada te leva se quiser de volta para tua casa. Mas, quem precisa andar somos nós e não a estrada. Lembrei que Jesus até disse: “eu sou o caminho”, só seguir por ele. Quem tem que andar é você e não eu. As palavras apenas indicam por onde andas. Se não andares, as placas não aparecem, nem os sinais de trânsito. E as estradas se cruzam, por seus próprios caminhos, o importante é saber aonde se quer ir. O resto é instrumento, auxílio. É preciso andar, não ficar sentado, aí nunca chega. Abastecer, limpar os vidros, revisar o motor, o óleo, a água, os freios e até o alimento do caminho.