Existem duas grandes belezas na vida: ensinar e aprender. E não estou falando apenas da grandiosidade de ensinar em sala de aula. Pois todos nós, mesmo fora de uma escola ou universidade, podemos ensinar e aprender.

Eu não consigo lembrar quando dei meus primeiros passos. Mas lembro como se fosse hoje, o momento que meu pai me ensinou a andar de bicicleta. Chego a sentir a mesma emoção daquele dia que ele segurava a bicicleta e de repente soltou na hora certa e eu consegui andar sem cair. Naquele dia experimentei a alegria de conseguir aprender e a importância de ter um pai/professor. Como é bom aprender de quem amamos.

Lembro com muita clareza o dia que meu pai me ensinou a nadar. E não foi em uma piscina no pátio de casa. Foi em um rio. O meu medo desapareceu quando ele me olhou nos olhos e disse: “estou contigo, você vai conseguir”. Lembro exatamente o local do rio e os movimentos que fiz para poder nadar. Meu pai me ensinou, apoiou, confiou e deixou eu fazer.

Agora, meu pai está com 65 anos de idade e se recuperando de um AVC que paralisou todo o lado esquerdo. Hoje é meu pai que precisa de um filho/professor. Ensinar um adulto a reaprender a andar é dolorido e maravilhoso. Até hoje eu só agradeço a Deus por ter deixado meu pai vivo e por poder participar da sua recuperação. A doença não é o fim. A doença é uma possibilidade para aprender coisas novas na vida. A doença é uma grande escola e uma excelente oportunidade para unir a família.

Durante a vida estamos ensinando e aprendendo. Ninguém sabe tudo. O que você sabe hoje, poderá esquecer amanhã. As doenças e acidentes da vida estão aí para nos advertir que nem o mais sábio e arrogante está livre das vicissitudes da vida.

Na sala de aula da vida existe rotatividade no ensinar e no aprender. Algumas vezes estamos ensinando, porém, na maior parte do tempo, estamos aprendendo. Até mesmo quando estamos ensinando acontece um processo de aprendizagem. Sendo assim, aquela velha frase, “vivendo e aprendendo” é muito atual. Paz e bem!